
O problema não é novo, e nem exclusivo do Nordeste Brasileiro, este fenômeno aparece com intervalos próximos a dez anos. A seca é o resultado da interação de alguns fatores, tais como externos ( clima ) e internos ( vegetação, topografia, etc).
Tal fenômeno natural das secas, ensejou o surgimento de um fenômeno político denominado “Industria da Seca”.
Os grandes latifundiários nordestinos, valendo-se de seus aliados políticos, interferem nas decisões tomadas, em escala federal, estadual e municipal. Beneficiam-se dos investimentos realizados e dos créditos bancários concedidos. É certo que estes não aplicam o financiamento obtidos em outros fatores que não o agrícola, e aproveitam-se da divulgação dramática das secas para não pagarem as dívidas contraídas.
Os trabalhadores sem terra, são os mais vulneráveis à seca, porque são os primeiros a serem despedidos ou a terem os acordos desfeitos. A tragédia da seca encobre interesses escusos daqueles que tem influência política ou são economicamente poderosos, que procuram eternizar o problema e impedir que ações eficazes sejam adotadas.
A violência social degrada as pessoas, transformando-as em coisas, permitindo que sejam manipuladas e o pior, que virem moedas de troca política. Por serem massacrados pela violência , o nordestino perdeu a auto-estima, que na atingiu o País como um todo, o povo vive a desesperança e a necessidade de ver retomados, através de esforço político, valores éticos capazes de garantir a decência social.
Com analfabetos não se vai a lugar nenhum, ainda assim, se a população fosse treinada para gerir alternativas econômicas regionais, dentro de um sistema tecnológico capaz de conviver com o deserto e não utilizá-lo como um pedido de misericórdia, o sertão estaria gerando dinheiro.
Em termos de agricultura estamos na idade da pedra, pois o homem não é treinado para tirar partido da condição em que vive.Um exemplo disto temos o Prof. Aldo Rebouças da USP, que em 1971 ofereceu resultados de seus estudos contra a seca à SUDENE, mas na época houve a recusa. O mesmo formou dezessete doutores que trabalham no nordeste, porém algum deles jogados ao ostracismo porque estão justamente, buscando soluções, em que não é nada interessante para os poderosos.
Não é possível se eliminar um fenômeno natural. As secas vão continuar existindo. Mas é possível conviver com o problema. O Nordeste é viável. Seus maiores problemas são provenientes da ação ou omissão dos homens e da concepção da sociedade que foi implantada, do que propriamente das secas de que é vítima.
Infelizmente esta é uma realidade, entre outras, que nós povo brasileiro temos que conviver, porém se cada um de nós parássemos de olhar para o nosso próprio umbigo, estaríamos angariando forças para combater a miséria no Nordeste e colocando os poderosos em seus devidos lugares. Quem sabe um dia chegaremos lá!.
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