O Diamante
Homero Prates
Ó divinos Heróis! que uma eterna auriflama Atrai para o esplendor da noite merencória! Este é o Inferno de luz que a vossa febre aclama Em gritos de loucura e em gritos de vitória.
Nele, como num mar de luz fiava e ilusória, Encheis a Taça de ouro... E o vosso olhar se inflama! Bebei! que é o vosso sangue e esta é a divina chama Da ara branca e imortal da Beleza e da Glória.
Ó agonia sublime! Ó jardim dos tormentos Divinos! onde, ó Luz, nos meus olhos deliras, Como uma águia ferida entre dois firmamentos!
Olha-os! Morrem cantando, ó Beleza, que passas! E os Heróis, para os céus soerguendo as grandes liras, Tombam num resplendor de flamas e de taças.
Homero Prates: 1890-1957. Nasceu no Rio Grande do Sul e faleceu no Rio de Janeiro.Bacharel em Direito, jornalista e crítico literário. Foi uma das figuras mais brilhantes da última geração simbolista, ou seja, do decênio anterior ao modernismo.
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