terça-feira, 8 de novembro de 2005

Apontamento nr.5

Cartaz incentivando o controle de natalidade


Terror em Linyi


Funcionários públicos obrigam mulheresa fazer abortos e esterilizações


A cidade de Linyi, na província de Shandong, no leste da China, está mergulhada no terror.
Desde março passado, funcionários públicos já forçaram pelo menos 7 000 mulheres a fazer aborto ou a se submeter a cirurgias de esterilização. Os relatos impressionam pela violência. Um deles narra a história de uma mulher que, no nono mês de gestação, foi rendida dentro de sua própria casa. Agentes do governo aplicaram-lhe uma injeção no ventre e dez horas depois ela deu à luz uma menina – morta. Nas famílias com mais de um filho, muitas mulheres simplesmente foram arrastadas às clínicas de esterilização. Parentes que resistiram à medida foram ameaçados, presos ou torturados. Essas atrocidades são reflexo da rígida política de controle de natalidade que vigora no país há mais de vinte anos. Os funcionários das províncias que registram as menores taxas de nascimento ao longo de um ano são promovidos e recebem benefícios extras. Em 2004, como Linyi foi a recordista de nascimentos em toda Shandong, os servidores partiram para a solução da força, a fim de cumprir suas "metas".
Na China, o aborto é legal e, em algumas regiões, até incentivado, como forma de conter o avanço demográfico. Em 1949, ano da criação da República Popular da China, o país contava com 540 milhões de habitantes. Vinte anos mais tarde, chegava a 800 milhões de pessoas. Entre o fim da década de 70 e o início dos anos 80, a população do país chegou a 1 bilhão. Como forma de conter esse aumento, o governo implementou um rígido programa de controle de natalidade. Sob pena de multas pesadas e outras sanções, os chineses foram proibidos de ter mais de um filho. Exceção feita aos pais de meninas, moradores de áreas rurais, e àqueles casais que geraram crianças com deficiências físicas. Ainda assim, a China conta hoje com 1,3 bilhão de habitantes.
( Fonte: Revista Veja)

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